A importância da gestão ambiental para as empresas

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Sempre que abordo o tema gestão empresarial em sala de aula, apresento aos alunos um artigo publicado no Jornal do Comércio em 12 jul. 2000 p. B-20, e republicado pelo Professor José Carlos Marion em seu livro análise das demonstrações contábeis: Atlas, 2005, denominado: “Os 07 pecados das micro e pequenas empresas”. Nele o autor comenta sobre os erros dos marinheiros de primeira viagem e sugere como evitá-los. Os erros apresentados pelo autor são: cálculo inadequado de capital de giro e de estoque, falhas no planejamento orçamentário, inexperiência no ramo escolhido, problemas no contrato de locação, incompatibilidade entre sócios, fatores macroeconômicos e escolha do ponto errado. Podem até parecer primárias, mais essas falhas foram os principais pecados cometidos em negócios que acabaram fracassando. Embora o objetivo no momento não seja comentar especificamente a gestão empresarial nem cada ponto colocado no artigo, considerei pertinente citá-los haja vista as mudanças de foco nos processos de gestão das empresas, trazendo a tona à necessidade de gestão ambiental.

Sem dúvida, atualmente o tema “gestão ambiental”, é relevante no contexto empresarial, isto se dá principalmente na atual conjuntura onde se percebe uma conscientização popular no sentido de preservação do meio ambiente. Clientes, consumidores ou até mesmo os fornecedores tem assumido uma postura no sentido de cobrar das empresas com as quais se relacionam ações e políticas voltadas para a preservação do meio ambiente, bem como para um desenvolvimento sustentável. Essa nova e crescente cultura vem tomando forma e espaço, o que reforça o fato da gestão ambiental ser um fator importante para o sucesso não só das grandes como também das médias e pequenas empresas contemporâneas, conforme exponho a seguir.

Antes de haver a preocupação com as questões ambientais a gestão empresas concentrava-se basicamente nas três funções básicas presente em uma estrutura organizacional: a função técnica, a função financeira e a função administrativa. Nesta estrutura um gestor especializado na respectiva função cuidava de uma área da empresa, haja vista a necessidade uma boa gestão em cada uma dessas funções para se garantir um sucesso e continuidade do negócio, conforme se identifica no artigo citado na introdução. Com o aumento das preocupações relacionadas às questões ambientais surgem nas décadas de 70 e 80 as regulamentações e controles ambientais, fixando normas para a instalação de novas indústrias bem como para as existentes, ficando caracterizados os crimes ambientais. No entanto a cultura empresarial ainda era reativa, pois, a preocupação era no sentido de não cometer crimes ambientais para se isentarem das multas e penalidades previstas.

Confirmando o exposto acima, ressalto os fatos ocorrida na década de 90, quando se percebe uma mudança de foco na gestão ambiental, voltada para a otimização dos processos produtivos na busca de redução dos impactos ambientais. Neste contexto, uma nova postura baseada na responsabilidade solidária é adotada pelas empresas, que passam adotar uma política ambiental mais proativa relegando a um segundo plano as preocupações com multas e autuações. O que passa ser importante neste contexto é o cuidado com a imagem da empresa, que busca mostrar sua política voltada não só para aspectos econômicos, bem como o social e ambiental, levando a questão do desenvolvimento sustentável além do discurso, adotando-se esta como uma responsabilidade da empresa. Hoje existem os tratados e acordos internacionais que garantem para as empresas vantagens competitivas pelos investimentos em gestão ambiental, o principal instrumento de incentivo é a série dos certificados ISO 14000, 14001, 14002 dentre outros.

Portanto, torna-se necessário para a empresa neste contexto a implantação uma boa política de gestão ambiental, haja vista não somente a imagem da empresa diante dos seus clientes, consumidores, mas também sua rentabilidade, pois vários mercados internacionais exigem para importar produtos os certificados ISO 14000. Desta forma fica evidenciado que a questão ambiental não é mais uma forma de responder a questões legais, e sim fator de competitividade, conquista de mercado e manutenção da produção.

Concluo afirmando que a questão ambiental e o desenvolvimento sustentável estão sendo cada vez mais valorizados pela sociedade, não só no mercado externo, com também no mercado interno. Isto reforça a importância de uma boa gestão ambiental nas empresas na busca do desenvolvimento com a manutenção da harmonia entre os seres humanos e entre a humanidade e a natureza.
Hamilton Mendes da Cunha é: professor universitário na UEG, unidades de Ceres e Jaraguá, contador do Instituto Federal Goiano – Campo Ceres-GO, pós-graduado em gestão empresarial e docência universitária. Bacharel em ciências contábeis pela UEG e bacharelando em administração pela UFG.

Fonte: http://www.jaragua.ueg.br/artigos/151-a-importancia-da-gestao-ambiental-para-as-empresas.html

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